Muito mais que uma forma de cultivar alimentos, a permacultura prega cuidados com a terra e os recursos naturais
Criada nos anos 1970, a permacultura propõe aliar conhecimentos ancestrais sobre a terra a saberes científicos e técnicas desenvolvidas para melhorar o manejo da terra. Para isso, é preciso observar os ecossistemas, saber ler a paisagem que os compõem, reconhecer os padrões que se repetem neles e usar os recursos (água, solo, energia) de maneira consciente, buscando o equilíbrio entre ser humano, terra e trabalho.
A permacultura envolve diversos setores da comunidade, pois utiliza conhecimentos em ciências agrárias mas também se vale de conhecimentos populares – engenharias (sanitária, ambiental, civil, mecânica etc.), arquitetura, geografia e ciências humanas, como estudos sociais. A união desses saberes é que torna o modelo da permacultura mais sustentável.
Princípios que norteiam a permacultura
A permacultura faz a partir três pontos principais: cuidar da terra, cuidar das pessoas e cuidar do futuro, que se fundem aos pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômico. A partir deles, foram criados os 12 princípios que regem essa forma de cultivo.
1 – Observar e interagir – É preciso olhar com atenção todo o sistema (solo, clima, fenômenos naturais, comportamento animal) a fim de se encontrar respostas na natureza para problemas na plantação, minimizando o uso de produtos, como herbicidas. Por exemplo, alguns insetos – tidos como pragas – deixariam de atacar determinadas plantas com a simples correção do solo.
2 – Captar e armazenar energia – A cultura permanente é um modo de produção de baixo consumo energético interno, mesmo assim, é preciso encontrar formas de captar energia da natureza reduzir, sempre que possível, o gasto energético, mesmo quando se utilizam energias limpas e renováveis.
3 – Obter rendimento – O sistema deve ser criado de modo a atingir maior rendimento com o mínimo uso de recursos. Para isso, é preciso aumentar a fertilidade do solo, cultivar espécies próprias para o local (alimentos de base); cultivar espécies rústicas; pensar em alternativas para comercialização dos excedentes.
4 – Praticar a autorregulação – Como não há órgãos oficiais de regulamentação da permacultura, é importante realizar manutenções periódicas e realizar avaliações do sistema com a intenção de melhorar os processos produtivos e oferecer mais qualidade de vida às pessoas envolvidas.
5 – Valorizar e utilizar os recursos renováveis – É preciso manter os esforços quanto à melhor maneira de utilizar os recursos naturais, mesmo os renováveis.
Fonte: G1