Atenção aos melhores horários para acionamento dos equipamentos é um dos pontos importantes para evitar desperdício no campo
A irrigação permite ao agricultor explorar mais o potencial de cada cultura e também a ter estabilidade em sua produção, na medida em que passa a depender menos das chuvas. Em algumas regiões, como o sertão nordestino, essa tecnologia vai além e possibilita colheitas extremamente férteis em um cenário em que as chuvas ficam meses sem aparecer. Hoje, o Brasil tem cerca de 7 milhões de hectares de área cultivada irrigada, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). O número é pequeno quando comparado ao potencial estimado do país, ainda de acordo com a agência: cerca de 76 milhões de hectares.
Mas é preciso estar atento para não desperdiçar. Segundo o Instituto de Economia Agrícola de São Paulo (IEA), para cada milímetro de água aplicado além do necessário em uma área de 100 hectares podem ser desperdiçados 1 milhão de litros de água. O volume seria suficiente para o consumo de 15 pessoas na cidade de São Paulo durante um ano.
Para celebrar o Dia Mundial da Água e o uso racional deste recurso, Globo Rural reuniu cinco dicas para os que utilizam, ou pretendem utilizar, a irrigação em suas lavouras. Confira:
1. Na medida
Antes de acionar a irrigação, é importante calcular a evapotranspiração de cada cultura diariamente. Com isso, é possível saber o volume exato de água que deve ser recolocado no campo. Para conhecer o valor, é preciso medir as chuvas e a temperatura na área de cultivo todos os dias. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) disponibiliza um aplicativo que pode ajudar.
2. Sem perdas
Estabeleça uma rotina para verificar se não há vazamentos nas tubulações instaladas nos equipamentos de captação e distribuição de água no campo. Cada milímetro desperdiçado vale muito.
3. De madrugada
Não use os irrigadores entre 17h e 20h30. Esse é considerado o horário de pico de energia, quando a tarifa se eleva significativamente. Entre 21h e 6h, o valor é ao menos 30% mais barato. Além disso, como a temperatura é menor durante a noite e a incidência de ventos também, normalmente há uma eficiência maior da aplicação noturna da água.
4. Preservação
Faça um mapeamento da área para saber se existem nascentes. Se houver, veja em que condições estão, recupere e conserve-as plantando espécies nativas em volta. Programas do governo até remuneram produtores com valores mensais.
5. Saúde do solo
Procure fazer curvas de nível e manter maior quantidade de matéria orgânica no solo. Isso ajuda na retenção e na conservação de água no solo, além de amenizar a temperatura na terra.
Por Redação
Globo Rural