Cotações permaneceram em declínio no ano que passou
As cotações dos futuros de soja permaneceram em declínio no ano que passou, caindo 4,5% e devolvendo uma parte dos ganhos de 2016. De acordo com o site britânico Agrimoney, porém, a queda geral disfarçou um ano que teve “duas metades”: nos primeiros seis meses de 2017, os futuros da soja caíram, quando as expectativas para a produção dos EUA aumentaram.
Na segunda metade do ano, no entanto, os preços voltaram a subir apoiados por importações chinesas dinâmicas e contratempos climáticos nas plantações sul-americanas. Diante disto, o Agrimoney ouviu vários especialistas sobre suas projeções para o desempenho da soja norte-americana neste ano.
De acordo com Mike McGlone, estrategista sênior de Inteligência em Commodities da Bloomberg “se a queda do dólar (nos EUA) descer do seu pico atual, a soja (americana) deve estar entre as principais beneficiárias das commodities agrícolas. Nos últimos 10 e 20 anos, a soja teve a maior correlação negativa com o dólar americano, negociado com o dólar amplo entre as commodities agrícolas”.
“Com as exportações em ritmo superior a 50% à produção de 2017, pela primeira vez, as mudanças no dólar irão influenciar cada vez mais os preços da soja. A correlação anual de 10 anos da soja com o dólar é fator negativo de 0,65 vs. 0,53 nos últimos 20 anos. Os preços relativos dos futuros de soja, negociados nos EUA, nunca foram tão baixos, com as exportações mais altas e o dólar potencialmente começando a retroceder do seu maior nível em 14 anos. A administração Trump, focada na redução de déficits comerciais, é um suporte adicional”, conclui McGlone em declaração compilada pela T&F Consultoria Agroeconômica.
Por Leonardo Gottems
Agrolink